Friday, May 6, 2011

UMA FRONTEIRA PERIGOSA


Com a morte de Osama Bin Laden, vem à tona vários comentaristas com as mais variadas opiniões à respeito do acontecido. Os sentimentos que afloram na população em geral são, por que não, difíceis de serem explicados. Afinal, o maior dos terroristas do mundo foi morto em uma operação conduzida pelas Forças Especiais da Marinha Americana no melhor estilo de cinema possivel. No meio da noite, eficiente, letal e definitivo. Não se esperaria nada a menos dos S.E.A.L’s. acompanhando os comentários de Arnaldo Jabor, este parece em êxtase, elogiando tudo que ocorreu sem apontar uma vírgula de critica. Merval Pereira e Carlos Alberto Sardemberg falaram sobre a forma que as informações foram obtidas de maneira ambígua e sem definição. 

Estamos caminhando sobre uma fronteira muito perigosa agora. Estamos achando correto um país mandar tropas clandestinamente a outro país, violando seu território para conduzir uma operação de assassinato a um indivíduo. Arnaldo Jabor fez várias perguntas em um comentário. Indagou se deveriam ter pedido autorização ao Paquistão para conduzir a operação. Claro que deveria ser pedida essa autorização. Indagou se deveriam ter predido o Bin Laden ao invés de acabar com a sua vida. Com certeza! Indagou tambem se deveriam ter oferecido um advogado para ele. Por que não? No caso dos comentarios de Merval Pereira e Carlos Alberto Sardemberg, ficou a duvida se a tortura seria um metodo válido para obter informações de terroristas. Não é, nunca foi e nunca será. O uso de tortura abre um precedente perigoso no questionamento de suspeitos. Se adotarmos ela como válida (não é), o que impede de ser utilizada no futuro contra um cidadão comum?

Voltando a operação que matou Bin Laden, o descritivo apontou que alguns individuos estavam armados e por isso foram abatidos. Desde quando o fato de estar armado defendendo a residencia contra uma invasão desconhecida deve ser vista como crime ou justificativa para uso de força letal? O ponto central é que a grande diferença entre o mundo civilizado e essa mentalidade medieval que alguns paises árabes ainda cultivam é exatamente o uso da lei e dos instrumentos de defesa do indivíduo. Quando damos as costas para esse conjunto de direitos, sim, que seriam utilizados por um monstro, mas podem ser utilizados pelo leitor dessas linhas, estamos dando um respaldo legal ao uso impetuoso da vingança e nos alinhamos com o medieval e o atraso.

Quanto a guerra ao terror, não pensem que acabou. O terrorismo incitado pela Al Queada é apenas um sintoma de uma causa que não foi nem ao menos debatida nesses anos todos. O que eles lutam contra é a ocupação dos países arabes por americanos ou contra regimes patrocinados por Washington. Enquanto essas questões não forem seriamente debatidas, a ameaça continuará presente para todos.

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